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17 de dezembro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#6

"De scooter pelas ilhas... A felicidade de conseguir curvar... 


 (...continuação, se perdeste a primeira parte podes ler AQUI
Depois de mais de quinze minutos de chuva intensa... O pensamento já era "melhor parar e esperar que abrande" ... Perdida neste pensamento, debilmente equilibrada na mota, toda encharcada, avistei uma ponte de madeira, com um degrau. "UM DEGRAU!!!! Ainda não sei subir e descer passeios... Ou degraus... Ou seja o que for..." ... Qual a melhor solução... Acelerar para fazer a mota subir. Entrei na ponte, depressinha, convencida que descer ia ser mais fácil. Feliz porque tinha conseguido fazer o "degrau"!



 A ponte era de madeira e abanava por todo lado, a chuva caia-me nos olhos e convencia-me que ia perder as lentes de contacto. Quando olhei em frente... Com atenção... Um enorme buraco no final da ponte. Já estava em cima dele... Atrapalhei-me toda... Queria travar mas acelerei... A roda da frente entrou no buraco e saltou... Toda a scooter levantou voo com a aceleração... Eu gritava... A chuva continuava a cair... Em pleno ar... A minha mente não deixava de pensar... "Não há seguros aqui! Lá se vai a minha viagem, a aventura da minha vida só para pagar a mota."... A scooter finalmente aterrou... Num gigante monte de lama. Sem um único arranhão... Nem ela nem eu!!! O milagre dos milagres!! Com toda a chuva a escorrer-me pela face abaixo.. A roupa colada ao corpo... A lama entrava-me pelas botas a dentro... E eu só me conseguia rir. Rir a gargalhada!! Tinha sobrevivido a voar... e com a scooter... que aventura!!!



Dizem vocês... Aí está a felicidade de sobreviver! É verdade. Não posso contrariar isso... Mas esta felicidade não durou muito!



Quando tentei tirar a mota do sítio estava atolada. A lama que me salvara, que salvara a minha viagem, agora não me deixava sair do sítio.... Por mais que puxasse, empurrasse a mota não se mexia. E eu estava numa rua praticamente deserta... Ainda no meio dos campos... Com a chuva que não parava de cair, o vento forte, não se via viva alma há mais de uma hora... Quase em desespero, tentei empurrar e puxar a mota de todas as formas e feitios... Estava preste a desistir quando avistei uma scooter.



Agora é a parte com que todas as raparigas sonham. Em apuros, à chuva vem o seu cavaleiro andante, pronto de scooter, podia ser pior!! A minha imaginação estava a voar... Depois de toda aventura do dia ainda ia viver uma cena à filme! Que romântico!!!


Eu vivi uma cena a filme, sim senhora... Mas não o filme que a minha imaginação criou:

 Atirei-me praticamente para o meio da estrada para fazer o homem parar. Não estava para aí virado!!! E eu, não estava virada para ter que esperar por outra alma caridosa que aparecesse... Pus-me literalmente a frente dele, que contrariado parou! Assim que tirou o capacete a imagem que a minha imaginação criou estilhaçou-se em bocadinhos muito, muito, muito pequeninos!!!


Bem!! Depois de explicar ao senhor assustador, que precisava de ajuda para tirar a mota da lama, recorrendo sobretudo a linguagem gestual porque ele não entendia inglês... Ainda contrariado, debaixo da chuva torrencial lá se decidiu a ajudar-me. Enquanto o homem tirava a minha mota da lama a minha imaginação voltava a atacar...sonhava com  voltar para o hotel, tomar um banho de água quente (coisa que não tinha no hotel mas podia sonhar com isso) e vestir uma roupa seca e quentinha. Estava eu a fazer planos na minha mente, de conforto e bem estar quando o homem assustador me devolveu a mota intacta. Com a unha do dedo mindinho simplesmente gigante, recorrendo a língua gestual, e abrindo um sorriso desdentado pediu-me um beijo como recompensa. Fui assolado pelo choque. "Quer o QUE???" A minha mente tantava funcionar... Mas não conseguia... Invadida pelo pânico afastei me o mais possível. Sorri para ele, agradeci, e ofereci-lhe um redondo "Não".



Não estava a funcionar. Ele continuava a insistir... Acho que demos a volta à mota toda... Eu a andar para trás e ele sempre na minha direcção... Estava a começar a pânicar a sério quando do nada... Uma carrinha cheia de gente aproximou-se aproveitei que ele se distraiu subi para a scooter e arranquei. Não fui mal educada... Acenei-lhe de agradecimento e disse-lhe adeus!! "

15 de outubro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#ESPECIAL

O Mais Importante na Vida é o Amor


O amor é a coisa mais importante do mundo!! E da vida!!

Este é o lema da minha família... Escolhido pela minha mana grande adoptado por todas nós!

Tenho vindo a falar-vos dos detalhes de felicidade em viagem. Do quanto ser livre e correr em busca do meu mundo me tem trazido momentos inesquecíveis, infinitos na sua multiplicidade e longevidade de felicidade.... Mas hoje, hoje que é um dia tão especial para mim. Um dia tão especial para a minha família... Escolhi falar da única coisa que não é um detalhe de felicidade!! É a base, a raiz e o pilar de toda a felicidade que habita em mim. O amor!!

Tenho muitos amores... Alguns mais especiais do que outros... Todos fortes na sua essência, que fazem da minha vida um lugar fantásticos para se morar. Tenho três amores para os quais não conheço nenhuma unidade de medida com grandeza suficiente para abarcar a dimensão do meu sentimento... Sem eles nunca teria sido capaz de abrir asas e voar em direção ao mundo mágico onde habito!

Hoje estou aqui para homenagear um desses meus amores... Estou aqui a partilhar convosco detalhes da base de toda a minha felicidade!

1 de outubro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#5

"De scooter pelas ilhas... A felicidade de conseguir curvar... 


 (...continuação, se perdeste a primeira parte podes ler AQUI) 

 Trinta e sete dias depois, estava eu numa ilha nova, Ko lanta - Tailândia. A ilha era relativamente grande, pela primeira vez passou-me pela cabeça alugar uma scooter. Mas estava tão concentrada a penar pela partida da minha companheira de viagem durante os primeiros 35 dias, a minha adorada irmã. A ressecar a sua brilhante companhia que, depressa me esqueci que essa era uma possibilidade.

 Foi preciso passar mais uma semana, passar por Krabi, Ao-nang, Hat Yai, conhecer gente nova e devagarinho lembrar-me que aquela era a minha aventura, que a minha irmã estava à distância de um telefonema, para voltar a lembrar-me de conduzir uma scooter. A insistência do Peter, que tudo era mais divertido e fácil de visitar na Malásia com uma scooter também ajudou. Langkawi o palco da primeira aventura motorizada! 

Devo referir aqui que com a carta de condução de ligeiro categoria B, em Portugal podemos conduzir motociclos até 125cc. Assim, destemida procurei uma scooter não superior a 125cc e automática. Sabia conduzir das outras, mas tinha que aprender a equilibrar-me não podia estar a pensar em meter mudanças! Nunca na vida tinha-me sentado ao volante de uma scooter. Apesar de mais leve e mais baixa que um "avião" continuo a não ter mais de 1,55m e por isso tenho que me sentar na beirinha do banco para poder por os pés de fora, pousa-los no chão e assim equilibrar a mota. Depois de ter mentido à descarada á senhora da loja e ter dito que saiba conduzir mota. Pronto, também não era propriamente mentira!! 


24 de setembro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#4


"De scooter pelas ilhas... A felicidade de conseguir curvar...


Quando pensamos em viajar pelo mundo desconhecido queremos estar o mais preparados possível. Estojo de primeiros socorros. Consulta do viajante. Vacinas. Medicação para a malária. Antibióticos. Treinar o inglês. Roupa para todos os tempos, frio, quente, assim-assim. Passaporte. Vistos. Artigos de higiene feminina. Máquina fotográfica. Dinheiro.... E claro carta de mota.

Somos aventureiros, destemidos e audaciosos e não medimos mais de 1,55m. Mas estamos determinados a aprender a conduzir uma mota 25 kw de potência, a licença que nos permite conduzir todos as motas sem restrições. Alta potência implica motas com mais de 200 kg e muitas vezes bancos a mais de um metro do chão. Olha a aventura!!!
Mas quem quer viajar pelo seu mundo, abandonar tudo e todos pela a aventura... Não acha as características de uma mota robusta desafiantes o suficiente. Ou pelo menos, não achava!!!
Deixar o trabalho todo organizado e devidamente passado para a próxima colega, numa das épocas com mais serviço. Organizar as coisas em casa. Organizarmos-nos mentalmente para deixarmos, por mais de um ano,  os amigos/as em quem somos viciados e a família que amamos profundamente. Tentarmos fazer tudo isto e acabar os livros que já começamos a ler, acabar o puzzle de 1500 peças que recebemos de prenda de aniversário e ainda o álbum de recordações de uma vida, porque temos a certeza que vamos voltar diferentes e não queremos esquecer quem éramos!


Com tudo isto a carta é importante mas não prioritária. Assim, no últimos dois meses antes de embarcarmos na nossa aventura à descoberta do nosso mundo, estudamos em casa (damos o "tiro" as aulas todas) e fazemos o exame de código, são apenas 10 perguntas para quem já conduz. E, sem nunca termos pegado numa mota na vida. Nem sequer uma scooter, embarcamos na grande aventura de aprender a conduzir um "avião".

Entre a nossa agenda e a da escola já só temos um mês. E nas questões práticas, não dá para estudar em casa!
Como de costume o instrutor é homem e é preconceituoso. Percebemos, mais tarde que este preconceito é ainda mais forte em relação, seja homem ou mulher, a quem nunca conduziu nenhum tipo de motociclo. Num instante, entre as reticências do instrutor em ensinar, recorrer a amigos para aprender a subir e descer de motas altas, e o ter que mudar de instrutor já passaram duas semanas. Já só temos mais duas para conseguir aprender a conduzir um "avião"... Somos optimistas! Confiantes que conseguimos fazer tudo. Ou quase tudo!!
As aulas começam. Primeiro numa mota baixa. Somamos vitórias todos as aulas. Fazer um 8 é a maior dor de cabeça. Mas se for um 8 muito, muito, muuiiito largo... a ocupar os dois eixos da via a coisa vai lá. O tempo está a esgotar e passamos para a mota grande. Somamos vitórias a todas as aulas. Fazer o 8 passou de dor de cabeça para assustador... A mota é alta, pesada... E quase que manda em nós. Depois de muito esforço lá passamos de uma rua muito muito muito larga, sem trânsito. Daquelas onde estacionam camiões e ainda sobra espaço para fazer inversão de marcha com uma limusina, à primeira. Para uma rua mais estreita... Nas primeiras tentativas ultrapassamos os limites. Mas no final da aula já nos sentimos mais seguras que conseguimos fazer o 8 numa rua daquelas. Mesmo com todas as reticências do instrutor e o medo dele de no exame termos que fazer numa rua ainda mais pequena, estamos optimistas!

O exame está quase, faltam dois dias, é no dia do embarque para a grande aventura, de manhã.
No ultimo dia de aulas antes do exame, o instrutor leva-nos para uma nova rua, estreita, mas não demais. Numa das manobras do 8, apertamos demais a curva, estamos quase paradas, não aguentamos o peso da mota e caímos com ela. Dai em diante foi o descalabro e nunca mais fizemos uma curva em condições...
No dia do exame não havia como passar... Fizemos tudo direitinho, é verdade. Em estrada não houve um único erro. Mas o medo de fazer oitos era tão grande que o engenheiro, homem e preconceituoso, mulher não conduz mota grande principalmente se nunca conduziu mota antes, acha melhor não nos passar. Para grande tristeza minha concordo com ele, afinal não fiz o oito. Em minha defesa tenho a dizer que ter caído na véspera e ter na prática duas semana de aulas não ajudou muito na minha confiança!!! Que piorou, ainda mais, quando regressei à escola e voltei a cair com a mota, mais uma vez com ela quase parada!!
Não posso deixar de ressalvar que acredito que em Portugal deve existir alguma lei escondida que dita que todos os condutores de motociclos devem ir para a escola de condução a saber conduzir mota melhor que o instrutor.
Entre lágrimas lá corremos para casa, havia uma mala para acabar de fazer, despedidas para fazer, um avião para apanhar. Rapidamente as borboletas na barriga por ir viver um sonho, aniquilaram qualquer frustração por não ter terminado com sucesso outro sonho de criança, conduzir mota!!

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Outros detalhes de felicidade: 
(Detalhes de Felicidade #1 AQUI)
(Detalhes de Felicidade #2 AQUI)
(Detalhes de Felicidade #3 AQUI)



18 de setembro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#3

(Detalhes de Felicidade #1 AQUI)
(Detalhes de Felicidade #2 AQUI)

(...)
Com o queixo quase a bater nos joelhos, tudo o que o viajante quer é desistir. Mas não desespera, pelo menos, ainda não! Está no seu novo "mundo" tem uma aventura para viver não pode desistir. Atirasse de cabeça, pressiona o responsável da companhia. Pressiona o responsável do aeroporto. A muito custo depois de muita discussão numa língua que o viajante não conhece e não compreende, querem lhe levar o passaporte. As lágrimas quase que invadem os olhos do viajante. A regra número um, a única que nunca pode ser quebrada por nenhum viajante é: "nunca em caso algum se deve separar do seu passaporte". Mergulhado no dilema entre: perder a mala, que encerra toda a sua vida, que está do outro lado das portas guardadas pelos militares ou separar-se do passaporte que representa a sua liberdade? 

O viajante não sabe o que dizer, fazer... Quase em lágrimas, e fazendo todas as ameaças possíveis e imaginárias aos funcionários acaba por entregar o passaporte. Mais uma vez quase que desespera... Está a arrancar cabelos literalmente nos 15min que fica à espera do funcionário. Quando o vê aparecer com o seu passaporte sente uma vontade louca de abraçar. Um momento muito finito de felicidade, logo substituído pela dúvida. "Então é a mala?" 

Agora tem que acompanhar a o funcionário até as traseiras do aeroporto, a um gabinete manhoso, com as pareces em cimento. Não teve direito sequer a uma camada de cale para disfarçar. Com gigantes cabos elétricos a mostra... Inclusive com as partes metálicas a mostra. Como é que o aeroporto sobrevive As tempestades e trovões? Perguntasse o viajante. 

O estranho gabinete tem restos de mobília e não cheira lá muito bem. Lá num canto dois funcionários, contrariados recebem o funcionário da companhia que aconselhou o viajante a não falar se lhe dirigirem a palavra. Depois de mais uma discussão na língua que o viajante não convence. Um dos funcionários preparou um documento enquanto o outro olhava. Depois esse documento, juntamente com o viajante foram levados para outro funcionário ( o chefe!) que depois de várias perguntas que nada tinham a ver com a mala lá assinou o impresso. E assim, o viajante conseguia a sua autorização para entrar no aeroporto. 

 O cérebro do viajante começa a estar mais reticente, e desta vez, apesar da pequena vitória ainda não está a mandar a mensagem "da Felicidade". Passadas as portas e os policias altamente armados, o viajante no encalço do funcionário da companhia aérea passou por todos os seguranças. Em todas as esquinas teve que parar para mostrar os documentos até que chegou a um novo balcão. Mais uma vez contaram a história e tiveram que esperar que o "chefe" deste novo departamento viesse para inspecionar a mala. Agora! Muito importante! Imaginem-se a fazer a vossa mala de viagem para um ano a contarem que vão passar por países muito quentes, muito frios e alguns que não vendem nada do que é importante para ti... Como por exemplo pensos higiénicos. Vão querer que a vossa mala contenha tudo o que é essencial para sobreviver em todos os inóspitos lugares que pretendem visitar, certo? 

E como é a primeira vez que a estão a fazer, são apanhados pelo síndrome de primeiro dia de aulas, e fazem a mala toda muito arrumadinha, certo? Pois foi exactamente o que aconteceu! Voltando aos nossos acontecimentos... A mala do viajante, ainda em território internacional (aeroporto), sem conhecer o primeiro "novo mundo" do viajante e já estava a ser toda desfeita. Pois é! Pediram para abrir a mala. "O Que?? Tão doidos?!?" Na frente do funcionário do aeroporto teve que abrir a mala. Todos o fechos, todas a bolsas e bolsinhas, levantou todas as peças de roupa, teve que explicar os artigos mais exóticos como o teclado sem fios ou a mala de medicamentos, teve que tirar para fora tudo aquilo, que à força da pressão, conseguiu meter dentro da mala... A sua sua nova vida exposta assim para o mundo!! Satisfeito o segurança chefe mandou arrumar tudo... Mas agora já não era com calma... Agora era... Tem que sair o mais rápido possível. O viajante catrafilou tudo dentro da mala... Colocou-a as costas com um sorriso a nascer nos lábios.. Quando ultrapassou a porta, e os militares altamente armados, avistou o seu taxista, a felicidade invadiu-o completamente. 

 O viajante não só recuperou a sua vida empacotada como está pronto para começar a sua aventura itinerantes,  ainda ganhou uma história para contar. Impossível não estar feliz!!! Se eu me limitasse a dizer: "Voei do Porto para Nova Deli. Pelo caminho perderam a minha mala, com todas as minhas coisas lá dentro. No dia seguinte consegui recupera-la. Fiquei tão, mas tão feliz." - Fui feliz ou não fui com um pequena coisa?? :) Viajar é ser feliz com pequenas coisas!! :)


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24 de julho de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#2

(Detalhes de Felicidade #1 AQUI)

Desembarcámos num avião numa terra distante. Tudo é diferente! As cores, os cheiros o movimento e o ritmo. E ainda nem sequer saímos do aeroporto. Os estímulos são tantos que toda a informação se torna avassaladora... Mas é isso que o viajante procura, por isso, a adrenalina do avassalador transformasse em felicidade. Pelo menos até descobrirmos que nos perderam a mala durante a viagem de quase trinta horas. Onde tivemos que trocar, nunca menos de duas vezes, de avião. Vimos aquele filme que não conseguimos ver no cinema. Dormimos, tortos no chão, ou na cadeira de ferro desconfortável do aeroporto, enquanto esperamos pela nova hora de embarque. E agora que devíamos estar a usufruir da realidade do nosso novo "mundo"... Estamos  a discutir com os funcionários do aeroporto, a tentar fazermos-nos entender noutra língua, que o funcionário também não domina. A preencher "500" impressos para conseguir recuperar a mala. Toda a nossa vida! Porque é isso que a mochila do viajante representa agora, que está do outro lado do mundo. Desiludidos, derrotados, acabamos por abandonar o aeroporto e seguir para o hotel, com a certeza que no dia seguinte vamos ter que voltar para o aeroporto, gastar mais do nosso precioso dinheiro destinado ás aventuras no novo "mundo", para descobrir que nunca mais vamos recuperar a mala!!

O viajante está no hotel que reservou antes de sair de casa e nem se apercebe das comodidades  que tem, água quente, ar condicionado, roupa de cama lavada, toalha de banho, etc... Dorme agitado a pensar que a sua viagem está perdida juntamente com a sua mala onde a custo empacotou a sua vida.

No dia seguinte com olheiras, levanta-se e tenta regatear o melhor preço para voltar ao aeroporto. Quando finalmente chega ao aeroporto, vivo! O taxista concretizou a difícil tarefa de não atropelar ninguém, de não se espetar contra outro carro, tuck-tuck, mota, autocarro ou camião e nenhum destes se espetou contra o táxi. No meio de todas as possibilidades de ver a sua viagem arruinada porque a sua mala desapareceu, o viajante está... Feliz!!!! Eu sei, parece incrível, mas sobreviver a uma viagem pelo trânsito de Nova Deli faz-nos sentir quase imortais.

No aeroporto, descobrimos que só quem tem bilhete de embarque pode passar as portas principais. Os militares, altamente armados não deixam ninguém, não autorizado, passar as portas do aeroporto. "Aí a minha vida!!! Aí a minha mala!" Pensa o viajante enquanto deseja poder insultar o militar, os responsáveis pelo aeroporto, a gente daquele estranho pais. Mas não o faz!

O viajante opta por reunir toda a sua energia e dedicar-se a resolver o problema. Dirigisse ao balcão da companhia. Explica a situação. Mandam-no esperar pelo responsável pelas malas. Explica a situação. Pedem-lhe para esperar porque tem que falar com o responsável no aeroporto pelas malas. Explica a situação, ao telefone. Quando finalmente todas as pessoas envolvidas já sabem a história da mala perdida e mais alguns detalhes sobre a vida do viajante (completamente desnecessários para a recuperação da mala). Alguém resolve informar o viajante que a mala já chegou. Yupi!!! Pensa o viajante os neurotransmissores começam a agitar-se no cérebro do viajante, preparam-se para enviar a mensagem "da felicidade" quando o funcionário da companhia  continua: "A mala está no aeroporto, mas sem bilhete de embarque o viajante não pode entrar e sem o viajante a mala não pode sair!"

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18 de julho de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#1


A Marília perguntou-me se eu não gostava de escrever sobre a minha viagem... Mas o que escrever? Sobre o que? Como escolher um lugar, uma memória, uma pessoa... Uma recordação?
Mas depois "bateu-me"... Porque não sobre o slogan preferido dos viajantes!?

"Viajar é ser feliz com pequenas coisas!"

Ser viajante não é propriamente o mesmo que "ir de férias". Carregar a mochila com as coisas essenciais para a viagem, não é o mesmo que fazer a mala para quinze dias de férias... Ser viajante não é mais, nem melhor do que "ir de férias" é simplesmente diferente! E é nessa diferença que as almas itinerantes encontram a felicidade.

Quando resolvemos dar o salto no escuro. Ou seja, quando de algum espaço recôndito da nossa mente nasce a ideia de partir pelo "mundo" à descoberta, na realidade estamos a decidir mudar o nosso conceito de felicidade.
E vocês perguntam-me.... Para que tantas aspas nas palavras? E principalmente, porque aspas na palavra - mundo?? Porque o conceito de "mundo" muda de viajante para viajante o que me faz acreditar que quando um viajante sai à descoberta do mundo, na realidade sai à descoberta do seu "mundo" ... Do "mundo" que povoa o seu imaginário. O "mundo" de um viajante pode ser uma cidade, um pais, um continente ou o planeta. Só por aqui, já da para perceber o quanto é caótica está coisa de ser viajante... E o viajante é feliz nesta coisa caótica.

Quando finalmente damos o salto no escuro, iniciamos a viagem escolhemos seguir a ideia maluca que brotou num canto recôndito da nossa mente... De mochila às costas, com o peso a variar entre os 10 e os 30 kg iniciamos o percurso de descoberta do nosso "mundo" de caóticas felicidades. E já contamos a primeira das pequenas felicidades, descobrimos que conseguimos ser concisos o suficiente para encaixar a vida numa mochila e sempre que ela por algum motivo fica mais leve (acabou o shampoo :) ) e temos que caminhar uns Kms até à paragem do autocarro, então é que nos sentimos felizes!!

O meu nome é Liliana e durante cinco meses de viagem eu posso dizer que a minha vida mudou,  todos iam compreender. Mas, na realidade, o que mudou foram as minhas definições de certos conceitos e entre eles o conceito de felicidade. Também eu aprendi a ser feliz com as pequenas coisas... Água quente quando está frio, ou água fria quando está calor, um quarto sem "bichos", alguém com quem falar, alguém com quem falar a nossa língua, roupa lavada, um sítio para lavar a roupa, tomar banho depois de 3 dias numa ilha sem água, o por do sol, o nascer do sol, a cor das árvores, a cor do mar... A coisa mais simples é capaz de nos tocar. Através dela o nosso conceito de felicidade alargasse. Aprendemos simplesmente a ser felizes com o pequeno sorriso da criança meia despida, que paramos na rua para cumprimentar, da mesma maneira, como somos felizes quando descobrimos que conseguimos subir o segundo vulcão mais alto da indonésia, foi difícil, estamos exaustos mas realizados e felizes...

O truque está no: "Como?" Como é que aprendemos a abarcar tudo no mesmo conceito de felicidade?

A experimentar... A experimentar resolver as situações que aparecem no nosso caminho, contrariando as nossas primeiras respostas, criando novas respostas, descobrindo energia onde achávamos que já não tínhamos, explorando o que nos rodeia e explorando mais ainda o profundo do nosso ser... 

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