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18 de setembro de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#3

(Detalhes de Felicidade #1 AQUI)
(Detalhes de Felicidade #2 AQUI)

(...)
Com o queixo quase a bater nos joelhos, tudo o que o viajante quer é desistir. Mas não desespera, pelo menos, ainda não! Está no seu novo "mundo" tem uma aventura para viver não pode desistir. Atirasse de cabeça, pressiona o responsável da companhia. Pressiona o responsável do aeroporto. A muito custo depois de muita discussão numa língua que o viajante não conhece e não compreende, querem lhe levar o passaporte. As lágrimas quase que invadem os olhos do viajante. A regra número um, a única que nunca pode ser quebrada por nenhum viajante é: "nunca em caso algum se deve separar do seu passaporte". Mergulhado no dilema entre: perder a mala, que encerra toda a sua vida, que está do outro lado das portas guardadas pelos militares ou separar-se do passaporte que representa a sua liberdade? 

O viajante não sabe o que dizer, fazer... Quase em lágrimas, e fazendo todas as ameaças possíveis e imaginárias aos funcionários acaba por entregar o passaporte. Mais uma vez quase que desespera... Está a arrancar cabelos literalmente nos 15min que fica à espera do funcionário. Quando o vê aparecer com o seu passaporte sente uma vontade louca de abraçar. Um momento muito finito de felicidade, logo substituído pela dúvida. "Então é a mala?" 

Agora tem que acompanhar a o funcionário até as traseiras do aeroporto, a um gabinete manhoso, com as pareces em cimento. Não teve direito sequer a uma camada de cale para disfarçar. Com gigantes cabos elétricos a mostra... Inclusive com as partes metálicas a mostra. Como é que o aeroporto sobrevive As tempestades e trovões? Perguntasse o viajante. 

O estranho gabinete tem restos de mobília e não cheira lá muito bem. Lá num canto dois funcionários, contrariados recebem o funcionário da companhia que aconselhou o viajante a não falar se lhe dirigirem a palavra. Depois de mais uma discussão na língua que o viajante não convence. Um dos funcionários preparou um documento enquanto o outro olhava. Depois esse documento, juntamente com o viajante foram levados para outro funcionário ( o chefe!) que depois de várias perguntas que nada tinham a ver com a mala lá assinou o impresso. E assim, o viajante conseguia a sua autorização para entrar no aeroporto. 

 O cérebro do viajante começa a estar mais reticente, e desta vez, apesar da pequena vitória ainda não está a mandar a mensagem "da Felicidade". Passadas as portas e os policias altamente armados, o viajante no encalço do funcionário da companhia aérea passou por todos os seguranças. Em todas as esquinas teve que parar para mostrar os documentos até que chegou a um novo balcão. Mais uma vez contaram a história e tiveram que esperar que o "chefe" deste novo departamento viesse para inspecionar a mala. Agora! Muito importante! Imaginem-se a fazer a vossa mala de viagem para um ano a contarem que vão passar por países muito quentes, muito frios e alguns que não vendem nada do que é importante para ti... Como por exemplo pensos higiénicos. Vão querer que a vossa mala contenha tudo o que é essencial para sobreviver em todos os inóspitos lugares que pretendem visitar, certo? 

E como é a primeira vez que a estão a fazer, são apanhados pelo síndrome de primeiro dia de aulas, e fazem a mala toda muito arrumadinha, certo? Pois foi exactamente o que aconteceu! Voltando aos nossos acontecimentos... A mala do viajante, ainda em território internacional (aeroporto), sem conhecer o primeiro "novo mundo" do viajante e já estava a ser toda desfeita. Pois é! Pediram para abrir a mala. "O Que?? Tão doidos?!?" Na frente do funcionário do aeroporto teve que abrir a mala. Todos o fechos, todas a bolsas e bolsinhas, levantou todas as peças de roupa, teve que explicar os artigos mais exóticos como o teclado sem fios ou a mala de medicamentos, teve que tirar para fora tudo aquilo, que à força da pressão, conseguiu meter dentro da mala... A sua sua nova vida exposta assim para o mundo!! Satisfeito o segurança chefe mandou arrumar tudo... Mas agora já não era com calma... Agora era... Tem que sair o mais rápido possível. O viajante catrafilou tudo dentro da mala... Colocou-a as costas com um sorriso a nascer nos lábios.. Quando ultrapassou a porta, e os militares altamente armados, avistou o seu taxista, a felicidade invadiu-o completamente. 

 O viajante não só recuperou a sua vida empacotada como está pronto para começar a sua aventura itinerantes,  ainda ganhou uma história para contar. Impossível não estar feliz!!! Se eu me limitasse a dizer: "Voei do Porto para Nova Deli. Pelo caminho perderam a minha mala, com todas as minhas coisas lá dentro. No dia seguinte consegui recupera-la. Fiquei tão, mas tão feliz." - Fui feliz ou não fui com um pequena coisa?? :) Viajar é ser feliz com pequenas coisas!! :)


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24 de julho de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#2

(Detalhes de Felicidade #1 AQUI)

Desembarcámos num avião numa terra distante. Tudo é diferente! As cores, os cheiros o movimento e o ritmo. E ainda nem sequer saímos do aeroporto. Os estímulos são tantos que toda a informação se torna avassaladora... Mas é isso que o viajante procura, por isso, a adrenalina do avassalador transformasse em felicidade. Pelo menos até descobrirmos que nos perderam a mala durante a viagem de quase trinta horas. Onde tivemos que trocar, nunca menos de duas vezes, de avião. Vimos aquele filme que não conseguimos ver no cinema. Dormimos, tortos no chão, ou na cadeira de ferro desconfortável do aeroporto, enquanto esperamos pela nova hora de embarque. E agora que devíamos estar a usufruir da realidade do nosso novo "mundo"... Estamos  a discutir com os funcionários do aeroporto, a tentar fazermos-nos entender noutra língua, que o funcionário também não domina. A preencher "500" impressos para conseguir recuperar a mala. Toda a nossa vida! Porque é isso que a mochila do viajante representa agora, que está do outro lado do mundo. Desiludidos, derrotados, acabamos por abandonar o aeroporto e seguir para o hotel, com a certeza que no dia seguinte vamos ter que voltar para o aeroporto, gastar mais do nosso precioso dinheiro destinado ás aventuras no novo "mundo", para descobrir que nunca mais vamos recuperar a mala!!

O viajante está no hotel que reservou antes de sair de casa e nem se apercebe das comodidades  que tem, água quente, ar condicionado, roupa de cama lavada, toalha de banho, etc... Dorme agitado a pensar que a sua viagem está perdida juntamente com a sua mala onde a custo empacotou a sua vida.

No dia seguinte com olheiras, levanta-se e tenta regatear o melhor preço para voltar ao aeroporto. Quando finalmente chega ao aeroporto, vivo! O taxista concretizou a difícil tarefa de não atropelar ninguém, de não se espetar contra outro carro, tuck-tuck, mota, autocarro ou camião e nenhum destes se espetou contra o táxi. No meio de todas as possibilidades de ver a sua viagem arruinada porque a sua mala desapareceu, o viajante está... Feliz!!!! Eu sei, parece incrível, mas sobreviver a uma viagem pelo trânsito de Nova Deli faz-nos sentir quase imortais.

No aeroporto, descobrimos que só quem tem bilhete de embarque pode passar as portas principais. Os militares, altamente armados não deixam ninguém, não autorizado, passar as portas do aeroporto. "Aí a minha vida!!! Aí a minha mala!" Pensa o viajante enquanto deseja poder insultar o militar, os responsáveis pelo aeroporto, a gente daquele estranho pais. Mas não o faz!

O viajante opta por reunir toda a sua energia e dedicar-se a resolver o problema. Dirigisse ao balcão da companhia. Explica a situação. Mandam-no esperar pelo responsável pelas malas. Explica a situação. Pedem-lhe para esperar porque tem que falar com o responsável no aeroporto pelas malas. Explica a situação, ao telefone. Quando finalmente todas as pessoas envolvidas já sabem a história da mala perdida e mais alguns detalhes sobre a vida do viajante (completamente desnecessários para a recuperação da mala). Alguém resolve informar o viajante que a mala já chegou. Yupi!!! Pensa o viajante os neurotransmissores começam a agitar-se no cérebro do viajante, preparam-se para enviar a mensagem "da felicidade" quando o funcionário da companhia  continua: "A mala está no aeroporto, mas sem bilhete de embarque o viajante não pode entrar e sem o viajante a mala não pode sair!"

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18 de julho de 2014

VIAJAR: Detalhes de Felicidade...#1


A Marília perguntou-me se eu não gostava de escrever sobre a minha viagem... Mas o que escrever? Sobre o que? Como escolher um lugar, uma memória, uma pessoa... Uma recordação?
Mas depois "bateu-me"... Porque não sobre o slogan preferido dos viajantes!?

"Viajar é ser feliz com pequenas coisas!"

Ser viajante não é propriamente o mesmo que "ir de férias". Carregar a mochila com as coisas essenciais para a viagem, não é o mesmo que fazer a mala para quinze dias de férias... Ser viajante não é mais, nem melhor do que "ir de férias" é simplesmente diferente! E é nessa diferença que as almas itinerantes encontram a felicidade.

Quando resolvemos dar o salto no escuro. Ou seja, quando de algum espaço recôndito da nossa mente nasce a ideia de partir pelo "mundo" à descoberta, na realidade estamos a decidir mudar o nosso conceito de felicidade.
E vocês perguntam-me.... Para que tantas aspas nas palavras? E principalmente, porque aspas na palavra - mundo?? Porque o conceito de "mundo" muda de viajante para viajante o que me faz acreditar que quando um viajante sai à descoberta do mundo, na realidade sai à descoberta do seu "mundo" ... Do "mundo" que povoa o seu imaginário. O "mundo" de um viajante pode ser uma cidade, um pais, um continente ou o planeta. Só por aqui, já da para perceber o quanto é caótica está coisa de ser viajante... E o viajante é feliz nesta coisa caótica.

Quando finalmente damos o salto no escuro, iniciamos a viagem escolhemos seguir a ideia maluca que brotou num canto recôndito da nossa mente... De mochila às costas, com o peso a variar entre os 10 e os 30 kg iniciamos o percurso de descoberta do nosso "mundo" de caóticas felicidades. E já contamos a primeira das pequenas felicidades, descobrimos que conseguimos ser concisos o suficiente para encaixar a vida numa mochila e sempre que ela por algum motivo fica mais leve (acabou o shampoo :) ) e temos que caminhar uns Kms até à paragem do autocarro, então é que nos sentimos felizes!!

O meu nome é Liliana e durante cinco meses de viagem eu posso dizer que a minha vida mudou,  todos iam compreender. Mas, na realidade, o que mudou foram as minhas definições de certos conceitos e entre eles o conceito de felicidade. Também eu aprendi a ser feliz com as pequenas coisas... Água quente quando está frio, ou água fria quando está calor, um quarto sem "bichos", alguém com quem falar, alguém com quem falar a nossa língua, roupa lavada, um sítio para lavar a roupa, tomar banho depois de 3 dias numa ilha sem água, o por do sol, o nascer do sol, a cor das árvores, a cor do mar... A coisa mais simples é capaz de nos tocar. Através dela o nosso conceito de felicidade alargasse. Aprendemos simplesmente a ser felizes com o pequeno sorriso da criança meia despida, que paramos na rua para cumprimentar, da mesma maneira, como somos felizes quando descobrimos que conseguimos subir o segundo vulcão mais alto da indonésia, foi difícil, estamos exaustos mas realizados e felizes...

O truque está no: "Como?" Como é que aprendemos a abarcar tudo no mesmo conceito de felicidade?

A experimentar... A experimentar resolver as situações que aparecem no nosso caminho, contrariando as nossas primeiras respostas, criando novas respostas, descobrindo energia onde achávamos que já não tínhamos, explorando o que nos rodeia e explorando mais ainda o profundo do nosso ser... 

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